É um show à parte. O maior canídeo da América do Sul, realiza a sua performance diante dos flashs das câmeras fotográficas, das lágrimas de uns, da apreensão de outros e da emoção exacerbada de todos. Ele não tem hora pra chegar mas, normalmente, aparece bem cedo, a partir das dezenove horas. Não come todo a alimento a sua disposição de uma única vez. Sempre vigilante, não perde um movimento sequer à sua volta e nunca dá as costas para a escadaria de dois lances, num total de vinte degraus, que ele transpõe com graça e leveza. Deveras vem e volta para o pátio onde se senta com a graça de um puro-sangue da savana, por várias vezes. Nessa mexida ele, senhor absoluto da emoção de todos, surge várias vezes no topo da escadaria por uma média de uma hora, até descer pelo portão da estrada de pedra ou transpor o mata-burro, do outro lado. Normalmente, deixa um tiquim de carne para mais tarde, quando volta pra lamber a bandeja.
O barulho dos visitantes não é bom para o guará, por essa razão, ele modifica o seu ritual nos "dias inúteis", quando o Caraça recebe centenas de visitantes em viagem de um dia. Assim, o guará, espaventado pela inevitável algazarra dos sábados, domingos e feriados, composta por vozes e motores, vem mais tarde. Algumas vezes, pela madrugada. O fato é que na manhã seguinte, nada resta no adro além de uma bandeja vazia esperando pela noite, quando, também ela, exerce o seu papel.
Fotos do Lobo
Fotos: Indalus
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